Durante muito tempo em nossa história nos preocupamos em encontrar um sentido para morte, porém com a longevidade e outros diversos aspectos da pós modernidade, outra pergunta passou a habitar a mente e o coração das pessoas: Qual o sentido da vida?
A maioria das pessoas busca a religião ou a ciência como meio para aliviar esse desconforto. Um, por oferecer um sentido para a morte e o outro por trazer consigo a promessa da cura, do bem-estar e da longevidade.
No entanto, essa estratégia nos convence que a força que nos move ou nos sustenta está exclusivamente do lado de fora de nós mesmos, gerando uma descrença no potencial e na capacidade humana.
Dentre várias outras consequências desse movimento, temos observado o crescimento de indicadores como: uso de psicoterápicos, transtornos mentais e suicídio.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio no mundo. Cerca de 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, como por exemplo, depressão e transtorno bipolar. Esse cenário preocupante serve de alerta para que a saúde mental nas empresas seja um tema importante.
Considerando, ainda, o cenário de pandemia, e os impactos esperados em decorrência das doenças mentais, as empresas devem redobrar a atenção ao Setembro Amarelo, uma iniciativa trazida para o Brasil em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), que visa a conscientização, a desmistificação e prevenção do suicídio.
A depressão é uma das principais causas de absenteísmo e foi declarada a doença mais incapacitante do mundo em 2020, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Já o presenteísmo é um dos fatores de maior impacto na baixa produtividade e qualidade de uma equipe.
Dessa forma, planejar como será o momento pós home office será tão desafiador quanto foi organizá-lo na fase mais crítica do isolamento social. Se já era difícil identificar os sinais e sintomas de um transtorno psicológico em um colaborador presencialmente, imagine agora.
Mas, como identificar se um colaborador pode estar sofrendo ou não de algum transtorno?
Para ajudar nessa identificação gestores e empresas, devem se atentar a alguns sintomas:
1- Sintomas cognitivos: Esquecimentos frequentes, dificuldade de compreensão e aumento de falhas em questões corriqueiras;
2- Sintomas físicos: Cansaço, aparência descuidada ou abatida e alteração nos hábitos alimentares como perda de apetite ou excesso dela;
3- Sintomas emocionais: Aumento da sensibilidade ou irritabilidade e afastamento social.
Quando uma empresa consegue identificar alguns sintomas entre seus colaboradores o ambiente profissional pode ser de grande valia no incentivo à vida. E vale lembrar que a postura adequada leva respeito e discrição, evitando julgamentos.
Como o propósito do Setembro Amarelo é evidenciar a importância de olhar para os casos de suicídios que estão em grande parte estão relacionados a um distúrbio mental, o ambiente profissional é um local onde os sintomas podem ser observados e uma empresa consciente pode fazer sua parte investindo em programas de prevenção de doenças mentais, programas de bem-estar ou antiestresse.
Rebeca Toyama – Fundadora da RTDHO e da ACI